Você sabe realmente a importância de dimensionar corretamente um projeto de instalações elétricas de uma residência? Você conhece os fundamentos de balanceamento de carga ou de simetria na distribuição?
Se você respondeu não para algumas destas perguntas então eu tenho certeza que este artigo é para você.
Deixa eu te inteirar melhor de onde eu quero chegar, há algum tempo venho desenvolvendo uma sequência de artigos e palestras que tem como objetivo mostrar a cada um dos leitores da Sala da Elétrica como deve ser o início de um projeto elétrico residencial.
Tudo teve início com este primeiro artigo onde explico todo o passo a passo referente ao cálculo de área e perímetro para iniciar um projeto elétrico com eficiência e qualidade e o principal, conscientemente.
No segundo artigo mostrei como a NBR5410 trata a definição de potência de iluminação e potência de TUG’s e TUE’s.
No terceiro artigo nós fizemos na prática esta definição de Potência de Iluminação e Tomadas para definição de demanda instalada com base em uma planta baixa.
Hoje vou te mostrar como a NBR5410 determina a divisão da instalação elétrica, ou seja, como você deve prever a separação de circuitos da instalação a ser projetada. Embasado na NBR5410 e mostrando na prática quero que você entenda todos os passos deste importantíssimo processo para construir seus projetos de instalações elétricas.
Vamos ver o que NBR5410 fala sobre este aspecto da Divisão das Instalações Elétricas:
9.5.3.1
Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou virtualmente dedicado, equipamento com corrente nominal superior a 10 A deve constituir um circuito independente.
9.5.3.2
Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos devem ser atendidos por circuitos exclusivamente destinados à alimentação de tomadas desses
locais.
Podemos então deduzir que a NBR5410 diz para nós que devemos nos atentar que em uma instalação elétrica, quando definimos os pontos de Tomadas de Uso Geral (TUG’s) iremos considerar que a potência máxima que irá compor o circuito deverá se enquadrar em dois níveis definidos pela tensão deste:
E é com base nesta definição que vou mostrar a você como nosso projeto ficará, mas antes deixa eu te mostrar outro item importante desta Norma:
9.5.3.3
Em locais de habitação, admite-se, como exceção à regra geral de 4.2.5.5¹, que pontos de tomada, exceto aqueles indicados em 9.5.3.2, e pontos de iluminação possam ser alimentados por circuito comum, desde que as seguintes condições sejam simultaneamente atendidas:
a) a corrente de projeto (IB) do circuito comum (iluminação mais tomadas) não deve ser superior a 16 A;
b) os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas); e
c) os pontos de tomadas, já excluídos os indicados em 9.5.3.2, não sejam alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas)
Você deve se lembrar do nosso terceiro artigo, certo? Se ainda não viu então antes de continuar veja neste link.
Nele nós estruturamos esta tabela abaixo:
Mas antes de você iniciar q desenvolver seu projeto elétrico residencial é importante que faça uma previsão da distribuição de potência entre as fases para não ter problemas com desbalanceamento destas, pois estes desequilíbrio trará com certeza problemas futuros em sua instalação.
Devemos nos basear neste ponto da norma:
4.2.5.6
As cargas devem ser distribuídas entre as fases, de modo a obter-se o maior equilíbrio possível.
Considerando os itens da normas citados até aqui temos esta divisão da instalação:
Observe na imagem abaixo que considerando a equalização de potência por fase veja como ficou em nosso projeto:
Fase 1 | Fase 2 | ||
Circuito 1 | 400 VA | Circuito 4 | 600 VA |
Circuito 2 | 300 VA | Circuito 5 | 800 VA |
Circuito 3 | 1900 VA | Circuito 6 | 1200 VA |
Circuito 7 | 3400 VA | Circuito 7 | 3400 VA |
Circuito 8 | 1625 VA | Circuito 8 | 1625 VA |
7325 VA | 7625 VA |
Tivemos desta forma um resultado excelente onde a potência elétrica ficou exatamente a mesma por fase.
O próximo passo agora é começar a planejar a distribuição dos pontos na planta baixa da residência e entender como será a distribuição de condutores ao longo dos cômodos desta residência.
No próximo artigo falaremos exatamente desta distribuição e finalizaremos a distribuição de circuitos compondo o diagrama elétrico unifilar desta nossa instalação elétrica.
Comentários
samuel
Boa noite RJ está bem.
Sebastião Teixeira
Parabéns E verton, todos aqueles que curtem elétrica, ficam cada vez mais envolvidos e apaixonados pela elétrica.
Eng ° Everton Moraes
Muito obrigado Sebastião. É bom saber que está gostando…
jose martins
Dedicação a verdadeira dedicação a uma profissão vem do amor aquilo se faz uma pessoa que ama seu trabalho é feliz e irradia felicidade por onde passa . valeu Everton OBRIGADO
Marcio Duarte
Muito bom Everton, assim o assunto fica interessante e de fácil compreensão. Cabe aqui um lembrete, quando o profissional executa seus serviços de acordo com as normas ele se torna o próprio auditor de qualidade de seus serviços.
Joel Filho
Caro Everton, muito boas suas aulas, sou arquiteto e professor da disciplina de Instalações elétricas numa universidade e gostaria muito de ter todo esse material para que eu possa usá-lo em minhas aulas. Parabéns mesmo cara! Fortaleza- Ceará
Pedro Paulo
O que acha de falar de CLP, afinal a parte residencial está mais que saturado. Se pegar a apostila da Prysmiam é exatamente o que vc descreveu até agora. E , essa matéria tem farto material na net.
WalterPereira da Silva
ola professor queria saber se a sala da eletrica tem whatsap e se tiver tem como me add ai meu numero é 062 92964179 … desde ja agradeço
levi lima
excelente– parabéns
Anderson Borges
Muito boa a iniciativa. Parabéns!
wilson lellis
palestra muito boa,parabens
ronaldo dos Santos Jesus
Boa tarde Ervento muito bom o que vc faz divider conhecimento com outras pessoas vc estar de parabéns que Deus continue te iluminando.
Danilo Santos
Boa noite Everton, parabens pelas suas aulas! Everton fiz o projeto de uma residencia atendendo a norma com as divisões de circuitos e etc, a potência total foi de 11700VA, porém os cabos de alimentação de entrada seria de 16mm², seria um custo elevado, em relação ao fator de demanda, teria que calcular o fator geral ou para cada circuito? toda instalação elétrica residencial tem que calcular o fator de demanda?
Eng ° Everton Moraes
Olá Danilo, o fato de ter constatado um valor alto pode estar relacionado a algum equívoco em seu cálculo, mas todo projeto deve ser estruturado desta maneira ok?!
ARIANE DERROIDI
Boa noite, quando você postara o 5 capitulo
tenho prova sexta e queriaaa muitooo ler o seu site antes, entendo muito bem com sua explicação!!!
obg 🙂
oseias
Poderia dizer onde está na norma esse procedimento:
“Podemos então deduzir que a NBR5410 diz para nós que devemos nos atentar que em uma instalação elétrica, quando definimos os pontos de Tomadas de Uso Geral (TUG’s) iremos considerar que a potência máxima que irá compor o circuito deverá se enquadrar em dois níveis definidos pela tensão deste:”
de acordo com o livro instalações eletricas prediais de geraldo cavalin fica em: em 127 até 2100va e 220 até 4000va.
Ficarei feliz pela resposta. Att.
jairson
Boa noite Everton muito bom as matérias e as aulas gostei muito é difice ter alguém como você só uma pergunta você não tem um programa para fazer projetos de padrão elétrico de entrada .
Um abraço.
Marcos Paulo
Olá Everton boa tarde.
Gostaria de saber se você poderia me enviar esse material de Projetos de Instalações Residenciais em power point e se possível os videos das suas apresentações sobre o tema.
Gostaria de também de lhe pedir desculpas pelo não comparecimento ao Fórum da Revista Potência, que esta sendo realizado no dia de hoje (23/07/2015), infelizmente tive alguns imprevistos de ordem familiar e não puder comparecer ao evento.
Grato.
Marcos Paulo.
joaquim macedo da silva junior
poderia me passar essa sequência tipo apostila do cálculo do projeto elétrico residencial.
leandro
Como é feito o cálculo de previsão de carga para lojas e comercio
Ex :Um salão de 10×15 ,área 150m²
reinaldo
Boa noite, Everton.
Para esse cálculo estou usando o lumine v 4, faço todos os cálculos no lumine, através da planta do cliente redesenhado no autocad.
A minha dúvida é se eu posso imprimir esses relatórios e entregar para o cliente.
Rodrigo
Boa tarde,
Gostaria de tirar uma dúvida,
A norma pede para ser previsto circuitos reservas de acordo com o número de circuitos existentes no quadro, e pede também que a potencias destes circuitos reservas sejam previstas no disjuntor geral, porém não encontrei qual a carga de devemos prever para estes circuitos reservas a fim de considerarmos as mesmas no disjuntor geral.
Agradeço desde já.
Rodrigo
Boa tarde,
Gostaria de tirar uma dúvida,
A norma pede para ser previsto circuitos reservas de acordo com o número de circuitos existentes no quadro, e pede também que a potencias destes circuitos reservas sejam previstas no disjuntor geral, porém não encontrei qual a carga de devemos prever para estes circuitos reservas a fim de considerarmos as mesmas no disjuntor geral.
Agradeço desde já.
Pingback: Disjuntores, como funcionam e suas categorias • Sala da Elétrica
Maria Luiza
Cadê a parte 5? 🙁
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Jefferson Oliveira Rebouças
Considerando um sala de aula onde seja preciso instalar 20 computadores tipo torre e seu monitores, é necessário projetar circuito para cada computador? As tomadas são do tipo TUG(10A/tripolar) ?
Engª Camila Andrade
Olá Jefferson, tudo bem?
Para que sua instalação fique segura e para que você não corra o risco de ter problemas futuro, é indicado você fazer o calculo da quantidade de tomadas, potência, e então dividir de forma balanceada nos circuitos.
Att, Engª Camila Andrade
Equipe Sala da Elétrica.
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