Você sabia que, em 2024, um eletricista morreu a cada 8,7 dias? Segundo o anuário da Abracopel, esse dado representa 42 profissionais da área elétrica que perderam suas vidas de forma trágica. Assim, esses acidentes fatais com eletricistas em 2024 revelam não apenas falhas na infraestrutura e fiscalização, mas também na cultura de segurança elétrica — tanto entre os profissionais quanto entre os consumidores.
Portanto, neste artigo, vamos analisar a fundo o aumento dos acidentes fatais com eletricistas em 2024, entender o que causou esse aumento de fatalidades, quais estados lideram os registros, quais as profissões mais afetadas e, principalmente, o que cada profissional pode fazer para não se tornar parte dessa estatística.
Os números de 2024: um retrato trágico
De acordo com o Anuário Estatístico da Abracopel, o Brasil registrou, em 2024:
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1.077 acidentes com choque elétrico, com 759 mortes;
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1.186 incêndios de origem elétrica, com 50 mortes;
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91 acidentes por descargas atmosféricas, resultando em 31 mortes;
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Ou seja, 840 mortes no total relacionadas à eletricidade.
Mais preocupante ainda: 42 dessas vítimas eram eletricistas, profissionais com conhecimento técnico e formação obrigatória em segurança, como a NR-10.
Por que os acidentes fatais com eletricistas em 2024 continuam aumentando?
A resposta passa por diversos fatores. No entanto, um deles se destaca: a autoconfiança excessiva. Muitos profissionais deixam de usar EPIs, pulam etapas de verificação ou ignoram sinais de risco, acreditando que “nada vai acontecer”.
“Já fiz assim mil vezes, nunca deu problema.”
Esse é o pensamento mais perigoso que um eletricista pode ter.
Além disso, há uma grande diferença entre eletricistas CLT e autônomos. Enquanto os primeiros são frequentemente fiscalizados e obrigados a realizar treinamentos, os independentes, por outro lado, nem sempre exigem segurança de si mesmos — e muitas vezes, os próprios clientes não cobram o uso de EPIs ou certificados.
Sobrecarga: o vilão invisível que provoca incêndios
Ao contrário do que muitos imaginam, o curto-circuito não é o maior causador de incêndios. A sobrecarga elétrica, causada pelo uso inadequado de benjamins, extensões e múltiplos aparelhos em uma só tomada, é o principal gatilho.
Mas por que focar na sobrecarga?
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Em primeiro lugar, ela é fácil de explicar ao cliente;
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Além disso, é visível e identificável, como uma tomada com cinco aparelhos conectados;
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Por fim, está presente em quase toda residência ou comércio.
Dessa forma, educar o cliente sobre sobrecarga é mais eficaz do que tentar explicar conceitos técnicos como curto-circuito.
Onde acontecem os acidentes fatais com eletricistas?
A análise dos dados mostra que 80% das mortes se concentram em dois locais:
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Redes aéreas e postes de distribuição: 293 mortes;
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Ambientes residenciais: 248 mortes.
Muitos desses acidentes ocorrem em obras civis, nas quais pedreiros acabam encostando ferramentas metálicas na rede elétrica. Por outro lado, outros casos envolvem moradores que fazem “gambiarras” ou até mesmo manipulam tomadas sobrecarregadas sem nenhum tipo de proteção.
Profissões mais afetadas por choques elétricos
Veja, a seguir, as categorias que mais registraram mortes em 2024:
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Construção civil – pedreiros e serventes, com dezenas de mortes;
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Eletricistas e técnicos eletrotécnicos – 42 mortes registradas;
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Instaladores de TV, internet e telefone – 9 mortes, geralmente por contato com rede aérea;
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Trabalhadores rurais e autônomos do comércio – alto índice de fatalidade proporcional.
É importante lembrar que o eletricista possui formação técnica e certificação obrigatória. Logo, sua morte representa uma falha grave de conduta, não apenas um acidente aleatório.
Regiões mais atingidas pelos acidentes fatais com eletricistas em 2024
A seguir, confira os dados regionais de 2024 que mais preocupam:
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Bahia lidera em número de mortes: 79 fatalidades;
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São Paulo lidera em número total de acidentes: 64 mortes;
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Paraná (49), Minas Gerais (37) e Santa Catarina (40) seguem com índices elevados;
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Já o Acre apresenta a maior taxa proporcional: 19,3 mortes por milhão de habitantes.
Além disso, esses números mostram claramente que a infraestrutura elétrica, bem como a fiscalização e a instrução, variam muito entre os estados brasileiros.
O papel da conscientização: como o eletricista pode mudar essa realidade
A missão da Abracopel é clara: deixar de existir. Isso só será possível quando as mortes por eletricidade forem zero. Entretanto, até lá, o papel do eletricista vai muito além do serviço técnico:
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Eduque seu cliente: explique a importância do DR, da fiação adequada e da sobrecarga;
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Use sempre EPIs, mesmo que o ambiente pareça seguro;
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Realize manutenção preventiva: avalie riscos antes de começar qualquer serviço;
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Atualize-se constantemente com cursos como a NR-10 e imersões técnicas;
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E, acima de tudo, respeite a eletricidade. O medo consciente é um grande aliado da segurança.
Checklist de ações que salvam vidas
✔️ Nunca pule etapas de segurança
✔️ Use equipamentos de proteção adequados
✔️ Faça análise de risco em cada atendimento
✔️ Converse com o cliente sobre instalações seguras
✔️ Denuncie instalações precárias em áreas públicas
✔️ Tenha orgulho de ser um eletricista que volta para casa todos os dias
Conclusão: sua vida vale mais do que qualquer improviso
Os acidentes fatais com eletricistas em 2024 não são apenas números. Na verdade, eles representam famílias destruídas, filhos órfãos e futuros interrompidos. Por isso, não permita que a autoconfiança ou a pressa coloque sua vida em risco.
Você já tem conhecimento. Agora, é hora de usá-lo com disciplina, empatia e responsabilidade.
💡 Portanto, compartilhe este conteúdo com seus colegas. Fale sobre o tema. Reflita sobre suas práticas. E, principalmente, respeite a eletricidade.
Afinal, não é justo com sua família que você não volte para casa no fim do dia.